Não é à toa que “Eu Receberia as Piores Notícias de Seus Lindos Lábios”, de autor Maçal Aquino, chegou às telonas do cinema brasileiro. O romance reúne muito daquilo que o público gosta de ver: romance conturbado, polêmicas, misérias humanas e um final feliz.
O livro é narrado por um fotógrafo de meia idade, Cauby, que, a trabalho, foi obrigado a viver por um tempo no interior do Pará, em uma cidade pequena que vive basicamente da mineração do ouro. Graças a esse trabalho, o fotógrafo acaba forçosamente conhecendo e se envolvendo pouco a pouco com as mais diversas personagens daquele lugar.
A ação começa quando ele conhece Lavínia, uma moça misteriosa com quem esbarra sem querer em uma loja de variedades, coincidentemente graças a uma paixão em comum: a fotografia. Mas a moça é misteriosa e tem mais segredos do que se possa imaginar.
Cauby e Lavínia acabam se envolvendo emocionalmente, e o romance se desenrola em volta deste relacionamento complicado e mal visto pelo povo de uma cidade pequena.
Romance de leitura fácil e fluida, apresenta um defeito, em minha opinião: a história começa a ser narrada em primeira pessoa; portanto, o narrador só conhece aquilo que viveu. Porém, o autor usa o tempo presente também para descrever cenas no passado, como se o personagem principal estivesse narrando o que vê num filme diante de seus olhos. Posteriormente a narração muda sem aviso para terceira pessoa, pela voz de um narrador. Para quem lê pela primeira vez, a impressão é de que o fotógrafo é quem continua narrando, e isso gera a dúvida: “como é que ele sabe?”. Num terceiro momento, a narração volta para a primeira pessoa, mas no passado, com quem de fato conta uma história.
Desconheço o filme, mas li e vi muito sobre a opinião alheia e parece que teve êxito. Ignoro aqui os comentários daqueles que falam mal de filme brasileiro só porque é filme brasileiro. Da minha parte, só posso recomendar a leitura.
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