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sexta-feira, 20 de julho de 2012

"O Inverno das fadas" (Para aquecer o coração)




“Era uma vez”... Fadas são seres mágicos que, com sua varinha de condão, ajudam os seres humanos protegendo-os, realizando seus desejos e sonhos, como por exemplo, permitir que a gata borralheira vá ao baile encontrar seu príncipe encantado ou transformar um boneco de madeira em um menino de verdade. Se for essa a imagem que você tem sobre as fadas (e assim a maioria tem), então você irá se surpreender com o livro “O Inverno das Fadas”, da escritora Carolina Munhoz. Tudo bem, fadas assim até podem “existir”, mas Sophia é diferente. Totalmente diferente. Tá, a beleza que imaginamos que ela possua (afinal, por mais que seja descrita, cada leitor a imagina de um modo diferente) pode ser comum a outras fadas. Mas Sophia não é uma fada qualquer. Ela é uma Leanan Sídhe. Uma fada amante, uma fada “musa”, que inspira artistas e lhes dá fama, sucesso, dinheiro, mas em troca suga toda sua energia, como uma vampira que não se alimenta de sangue, mas de almas. À primeira vista, Sophia pode parecer um ser mal, cruel, egoísta. Mas com o passar do tempo (e das páginas), nos afeiçoamos a ela. Uma jovem fada que está descobrindo o amor verdadeiro. Que está descobrindo que todos temos um lado bom e um lado mal. E que todos podem mudar sua essência, seu destino, por mais previsível que seja.  


Bem, para aqueles que ainda não leram “O Inverno das Fadas”, não vou fazer um resumo do mesmo aqui. Como devem saber, gosto de escrever sobre minhas impressões pessoais a respeito dos livros que leio (e que me tocam). Para situá-los, segue a sinopse retirada do hotsite da escritora (link no fim do post): 

 “Sinopse: A ATRAÇÃO PODE SER FATAL, MAS A FANTASIA FAZ PARTE DO ENCANTAMENTO. Sophia Coldheart não é uma fada comum. Ela é uma Leanan Sídhe, uma espécie de fada que serve de musa para humanos talentosos alcançarem o sucesso. Uma fada-amante. Mas isso tem um preço. Ao mesmo tempo em que os leva ao estrelato, se alimenta de suas energias, levando-os à loucura. E à morte. Uma vida intensa e extraordinária com um fim trágico. Mas o que aconteceria se um humano resistisse à sua sedução e fizesse a própria Sophia sentir-se fascinada por ele?”.

Complementando, o livro trata do romance entre Sophia (a fada) e o jovem escritor William Bass (humano). Só com este pequeno detalhe podemos imaginar que esta história vai render, afinal, pode uma fada se apaixonar por um humano? Bem, nas velhas histórias de contos de fada isso é meio difícil. Ok, me esqueci que estamos falando de “O Inverno das Fadas” e de Carolina Munhoz e tudo aqui é bem diferente.

Feitas as devidas introduções, posso enfim trazer minhas considerações a respeito do livro. Primeiramente, é um livro muito inteligente, cheio de referências de todos os tipos. Como escritora sempre me faço muitas perguntas a respeito das obras e adoro ir descobrindo algumas coisas pouco a pouco. Uma das minhas melhores descobertas foi saber que a Carol não criou uma cidade fictícia. Sim, Keswick existe de verdade. Assim como Castlerigg Stone Circle. (Eu nunca viajei para o exterior, então foi uma grande descoberta, ok?).

Também é muito interessante descobrir as referências que ela faz a artistas famosos e como as histórias reais se misturam à ficção. Algumas mais fáceis de descobrir, outras nem tanto, relembramos a carreira e vida destes artistas, bem como suas mortes trágicas causadas pela sedução da Leanan Sídhe.  Minha reação ao ler este livro foi a mesma da Trilogia “Dragões de Éter”: rir sozinha quando “descobria” uma nova referência, contar aos meus amigos e deixá-los muito curiosos. Quanta genialidade ao costurar histórias/personagens reais com ficção! Quanta genialidade em pensar diferente as mesmas histórias de sempre!

Devo confessar que estou descobrindo a literatura fantástica aos poucos, há pouco tempo.  Poucos foram também os livros que li neste “estilo”. E dentre todos os seres fantásticos retratados, Fadas com certeza nunca foram os meus favoritos. Tudo bem, eu sempre gostei de contos de fadas, mas não das fadas em si. Sendo assim, devo confessar que decidi ler “O Inverno das Fadas” por curiosidade. Assim como outros livros, comecei a ler sem muitas expectativas. Mas sinceramente? Adoro ser surpreendida. Este livro é daqueles que você começa a ler sem muitas pretensões e acaba adorando. Bem escrito, inteligente, “sem pontas soltas”, cativante. Impossível parar de ler. Mais surpreendente ainda é que eu tinha a sensação de que ele seria previsível, o enredo parecia seguir para um fim conhecido. Eu estava enganada. Com uma trama inteligente, me envolveu até a última página. Aliás, quando se chega lá, a sensação é: “mas já acabou?”.  Com toda a simplicidade da linguagem e genialidade na trama, “O Inverno das Fadas” já entrou para minha lista de indicados. Recomendo, indico e elogio. E que a genialidade de Carolina Munhoz continue assim em seus futuros trabalhos, que seu escritor, assim como William, continue inspirando-a, pois assim como eles, uma grande carreira lhe espera. 


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