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sábado, 7 de julho de 2012



Há muito tempo tenho a pretensão de escrever resenhas sobre os livros que me encantam. Mas uma dúvida sempre me corrói e me atrasa: como escrever uma resenha? Lembro-me que na escola eu tinha que escrever várias para a disciplina de português e me recordo (se não estiver enganada) que havia uma estrutura básica para se compor uma resenha. Mas não lembro como era! Sinceramente? Nem sei se quero recordar. Porque, quando decido escrever, é porque preciso colocar para fora algo que mexeu aqui dentro. Escrevo não por pura vontade, mas por necessidade. É como se as palavras quisessem sair e forçassem a isso, mesmo que eu não quisesse. Claro que às vezes preciso escrever por outros motivos, como um trabalho da faculdade (ou da minha atual pós) ou um tema que me foi dado, mas ainda assim, na maioria das vezes, quando começo as palavras saem com força própria, mesclando-se com o que penso e sinto. Por este motivo, peço desculpas antecipadamente a todos se meus textos não se encaixarem nas estruturas de uma resenha. Os textos que aqui postar serão sobre livros dos quais realmente gostei, que realmente me encantaram ou fascinaram por algum motivo. Pode ser também, ao contrário, que eu escreva sobre algo que não me agrade, ou que não tenha gostado, desde que sinta necessidade de escrever sobre isso também. E que venham os textos. Mas antes, os livros... Porque amo demais... 


O primeiro livro sobre o qual decidi escrever é “As Crônicas de Nárnia”. Acho interessante contar como ele chegou até mim. Primeiramente assisti ao filme “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa” e adorei. Pouco depois, encontrei o livro em um site por um preço bem barato. Barato mesmo. Por curiosidade, comprei. Sabe aquele tipo de livro que você começa a ler assim, sem expectativas mas logo nas primeiras páginas se apaixona e não consegue parar de ler? Bem vindo ao mundo de Nárnia.


E o mais interessante é que o livro não começa pela chegada de Pedro, Edmundo, Susana e Lucia. Mas sim pelo livro “O Sobrinho do Mago”... 


Antes de continuar, um adendo aos que não leram o(s) livro(s) de C.S. Lewis: As Crônicas de Nárnia são na verdade, uma coletânea de sete livros escritos nas décadas de 40 e 50. Apesar de terem sido escritos e publicados em uma certa ordem, hoje é organizado por uma ordem cronológica diferente da ordem de publicação. Desta forma, a ordem dos filmes lançados no cinema não corresponde à ordem do livro.


Voltando ao livro (pelas minhas observações), comecei a ler “As Crônicas de Nárnia” e me apaixonei. Várias perguntas que não foram respondidas no filme “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa” são encontradas no “O sobrinho do Mago”, como por exemplo, de onde vem o lampião de Nárnia, ligado o tempo todo sem fios, sem nunca se apagar? Ah sim, comentei sobre a chegada dos quatros irmãos Pevensie ao mundo mágico de Aslam, mas eles não foram os primeiros. Porém, estavam entre os últimos. Mas isso já é adiantar-se muito na história. Aliás, acho que estou divagando demais... Voltando ao livro. 


“O Sobrinho do Mago”, então primeiro livro na ordem cronológica, narra a criação de Nárnia. É muito interessante ler como nasceu este mundo mágico criado por Aslam. Igualmente saber quem foram os primeiros a pisar nele, Digory e Polly (lá no fim, Lorde Digory e Lady Polly). Além do mais, descobri de onde vieram o lampião e o guarda-roupa. Não vou contar, mas posso adiantar que o lampião que está em Nárnia veio do “mundo real” e o guarda-roupa, que está no “mundo real”, veio de Nárnia. Confuso? É só ler o livro que você entende! 


Depois de saber da origem de Nárnia, aí sim lemos “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa”. Não preciso resumir este livro pois ele não difere muito da adaptação ao cinema. Mas os detalhes valem muito a pena, e mesmo tendo assistido o filme, a imaginação ao ler um livro é sempre mais rica do que qualquer filme. 


“O cavalo e seu menino” é um livro que trata da era de ouro de Nárnia. Eu diria que é um livro de ligação, entre os primeiros anos de Nárnia e a era de Caspian. Uma parte interessante, que vale a pena ler, mas não está entre as minhas favoritas. 


“O Príncipe Caspian”. Gosto muito. A adaptação para o cinema contém partes diferentes do livro, mas são ambos muito interessantes. Nesta altura do livro, já estou totalmente apaixonada e usando todo meu tempo livre para acompanhar a volta dos quatro grandes Reis de Nárnia na ajuda a Caspian contra Miraz e os telmarinos. Ah, e é nesta parte que conhecemos alguns dos animais falantes mais legais de toda Nárnia, incluindo meu favorito, o Ripchip. 


“A viagem do Peregrino da Alvorada” é um dos livros mais interessantes das Crônicas, ainda mais se comparado com sua adaptação para o cinema. Muito do que você assiste no filme não está no livro, ou está em ordem diferente. É o caso dos habitantes de uma ilha que são sequestrados e desaparecem no mar. Isso está ou não está? Não vou contar!!! Hehehe. Mas vou dizer que adorei este livro, mesmo sendo diferente do filme. Na minha opinião, se os roteiristas tivessem adaptado o livro exatamente como foi escrito para as telas, o filme seria longo e deixaria o público ansioso, uma vez que a história demora um pouco para se desenrolar. Porém, ainda assim, é uma das minhas partes favoritas. Ah, já ia me esquecendo! Nesta parte do livro, há várias coisas interessantes: conhecemos Eustáquio, os sete fidalgos e com Caspian e a tripulação vamos até o fim do mundo, próximo ao país de Aslam. Aliás, é onde Ripchip se despede, bem como nossos amigos. E também conhecemos a estrela (segredinho? A futura esposa de Caspian). 


Em “A cadeira de Prata”, Eustáquio retorna à Nárnia junto com uma amiga de escola, Jill e encontram alguns velhos conhecidos (velhos mesmos, incluindo Caspian). A história é interessantíssima, com uma viagem ao submundo para encontrar um príncipe enfeitiçado. Só o resumo já é convidativo, não? Claro! Sem esquecer a coruja Plumalume e o paulama Brejeiro, que adorei conhecer. 


Por fim, temos “A última Batalha”. Não vou dizer nada além de que narra o fim de Nárnia. E é também o encontro dos Sete Amigos de Nárnia, todos aqueles que lá estiveram ao longo da história: Lorde Digory e Lady Polly, Pedro, Edmundo, Lucia, Eustáquio, Jill. Ripchip também está de volta. Susana não, e sua ausência é esclarecida. Para muitos, o fim do livro não é muito agradável. Para mim, é perfeito. Só o que posso dizer é: como eu queria ir pra Nárnia também!!!


Bem, acabei resumindo em poucas linhas (poucas mesmo) cada um dos sete livros das Crônicas de Nárnia. Não era exatamente este meu objetivo primeiro ao escrever este texto, mas serviu para dar uma noção geral aos que ainda não leram o livro. Mas agora necessito falar sobre minhas impressões a respeito. Primeiramente, o livro é apaixonante. Lewis criou um mundo fantástico com ambientes, personagens e personalidades próprios. Não há nada que não se encaixe ou não se explique ao longo da história. Nenhuma pergunta fica sem resposta. Os personagens, sejam eles humanos ou animais, possuem personalidades que podem ser identificadas com todos os tipos de leitores. E apesar de serem histórias simples, os livros (ou o livro, se for o volume único), trazem tesouros escondidos nas “entrelinhas”. O que quero dizer? Bem, darei um exemplo. Um amigo assistiu ao primeiro filme, “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa” e percebeu um sútil detalhe que eu não havia percebido até o último livro (“A última batalha”): a coincidência (ou não) entre a figura de Aslam e a de Jesus Cristo. A impressão que tenho é a de que posso ler “As Crônicas de Nárnia” dezenas de vezes, e em cada uma delas vou descobrir um detalhe, um segredo, algo totalmente novo.


Apesar de ser considerado um livro para crianças e jovens, “As crônicas de Nárnia” é um grande livro para qualquer idade. Suas histórias trazem muito mais do que um mundo mágico e fantasioso: ele vem carregado de esperança, de alegria, de sonhos. Ele nos faz relembrar a infância e o quanto o mundo seria melhor se conservássemos os mais nobres e mais puros sentimentos. 


O fim de Nárnia é sem dúvida um fim surpreendente. Êxtase. Foi isso o que senti. Ao mesmo tempo, tristeza. Por saber que infelizmente não é real. Mas poderia ser. Nárnia poderia ser o mundo que todos gostaríamos de viver, o mundo que todos (ou pelo menos eu, com certeza) sonhamos. A sensação ao terminar de ler o livro de Lewis é que gostaríamos que Nárnia realmente existisse (se é que não existe, em uma referência a algo que muitos, inclusive eu, acreditam). E a vontade de ir um dia para lá talvez nos faça tentar agir como os grandes Reis de Nárnia, sendo destemidos, gentis, justos, magníficos...


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